Saturday, April 28, 2007

Ela faz tudo, eu não faço nada.

Eu não faço nada, ela faz tudo.
trabalha em dois lugares,
e eu mal estudo.

De cima do salto ela se impõe
Quem vê de baixo só supõe:
O quanto aquela mulher já viveu?
ao que tanto se opõe?

Sua independência só depende dela,
e não da beleza.
Mas não se engane, ela é bela.
Vai além disso,
ultrapassa o óbvio
de um rostinho bonito.
E eu sei que faz de propósito.

Não precisa de ninguém,
não me tem por isso,
e ái de quem pensa que a tem.

Mais que justo o orgulho
do que já conquistou.
"Ninguém me dá nada"
uma vez me falou,
presente de si mesma
na hora me justificou.

De humor tão inteligente
que a risada subseqüente
se torna bruta.

Opiniões tem muitas, mas não demais.
Sei o que ela pensa de mim,
com um leve apreço sente pena:
"um sem-futuro que não vale a pena
nem usa a inteligência que tem,
ri tanto que não leva a sério
a seriedade de ninguém".
Não é bem assim.

Mas que culpa tenho eu,
de só pensar antes de escrever?
Ou de usar minha cabeça assim:
para traduzir em versos erráticos
o que seus sentidos dizem
sobre ela
para mim.

Friday, April 27, 2007

Sicrano (Ficção)

Fulano saía de casa todas as noites. Segunda, ia para um barzinho muito estiloso relativamente perto de sua casa, que ficava numa praia afastada da Cidade Grande. Na terça, voltava ao mesmo barzinho, e muitas vezes com seus amigos, já bêbados, rumavam para uma casa da luz vermelha nos arredores, afim de pechinchar umas mulheres de vida "fácil" a precinhos camaradas.
Na quarta-feira, sempre tinha um show de uma banda desconhecida local, ou vinda da Cidade Grande, em outro bar, esse mais próximo um pouco da Cidade Grande. Na quinta, ia para a casa de uma eventual namorada arrumada na night dos outros dias, e quando não, ia pra "Noite dos Solteiros" na boate Enkontrus, onde sempre "enkontrava" os mesmos amigos dos outros dias e, quem sabe, até uma eventual namorada para visitar na próxima quinta-feira.
Na sexta-feira - ah a sexta-feira - era o grande dia. Todas as pessoas que NÂO saíam nos outros dias podiam ser encontrados em diversos pontos da cidade, todos os já citados e mais alguns, tipo boates e casas de shows. Muitas vezes era reservada para a sexta os shows principais da semana na Cidade Grande, de todos os gêneros musicais. Fulano e seus amigos discutiam tomando umas cervejas em algum posto da cidade e depois seguiam para o local decidido.
Sábado, Fulano acordava completamente ressacado. A cabeça doía, corpo também, a alma mais ainda. Esquecia de algumas coisas da noite anterior, e normalmente não se importava nem um pouco com isso. Se importava era com o que lembrava. Mas isso fica pra depois, porque seu melhor amigo, Beltrano, liga no sábado a tarde, também ressacado, para combinar a noite seguinte. Marcaram no "mesmo posto de gasolina"; de lá, resolveram ir pra um show de uma banda inusitada, que misturava ritmos da cultura local com uma batida mais atual, eletrônica. Encheram a cara, vomitaram, encheram a cara novamente e voltaram completamente bêbados para casa, dirigindo pela estrada.
O domingo começou igualmente ressacado. Cabeça de Galo para a ressaca, almoço da casa da avó com a família, churasco, mais bebida. "Cerveja que é mais leve" ponderou Fulado. Beltrano concordou, entornaram aos gargalos, livraram-se da ressaca. Foi anoitecendo, dormiram no mesmo dia que acordaram, única vez na semana, e já acordaram prontos para outra segunda-feira.



Sunday, April 22, 2007

Meu problema é escrever (Sei que alguém vai pensar isso hehehehhe)

O problema de ser sempre engraçado, é que não te levam a sério quando você fala sério.
O problema de ser sempre sério é que também não te levam a sério, além de rirem de você tanto quanto se fosse sempre engraçado.

O problema de conversar com quem fala muito é um só: ouvir.
O problema de quem fala muito é um só: falar.

O problema de acordar cedo é dormir cedo.
O problema de acordar tarde é que Deus não ajuda.

O problema de se achar é se perder pela boca na maioria das vezes.
O problema de se perder é chegar atrasado.

O problema de não ter conta em banco é não ter cheque especial.
O problema de ter conta em banco é usar o cheque especial.

O problema de não votar é ser acusado de ser o responsável pelo mal estar do país.
O problema de votar é exatamente o mesmo.

O problema de falar rápido problema é acabar dizendo 'pobrema'.
O problema de ouvir 'pobrema' é segurar a gargalhada.

O problema de não ter um bom padrão de vida é lutar todos os dias para tê-lo.
O problema de ter um bom padrão de vida é lutar todos os dias para mantê-lo.

O problema de dormir é acordar.
O problema de não acordar é estar morto. (ou em coma, ou cataléptico; enfim, você entendeu.)


O problema de me ler é ter que me aturar.
O problema de me aturar é acabar me lendo denovo.

O problema de escrever sobre os problemas é que não resolve nenhum problema.
O problema de não escrever sobre os problemas é acabar tendo problemas do mesmo jeito.